A música tem um poder enorme, só por si, ela é capaz de tornar um mundo melhor nem que seja imaginário. Dá forças a uma luta e ajuda a proclamarem-se revoluções, como o caso de We Gon’ Be Alright, de Kendrick Lamar, que foi gritado vezes sem conta nos protestos contra o racismo na América, BlackLivesMatter.
É isso que Elisabeth Ventura faz. Luta constantemente por um lugar no rap game, onde a presença masculina é predominante. Usa a sua voz como meio de expressão por cima de um beat, inspira-se nas ruas onde cresceu, entre Luanda e Cacuaco, Angola.
O hip hop deu outro sentido à vida da rapper. Encontrou-a num momento frágil da sua vida quando necessitava de uma força anímica. “Apesar do rap ou hip hop ser dominado por homens, as mulheres angolanas têm muita força e eu sou uma delas”, diz Elisabeth.

De ideias fixas e objetivos traçados, Ventura entrou neste jogo de palavras, onde não há “mas nem meio mas”. Onde a dedicação, perícia e inteligência das mulheres tem de ser igual ou superior à dos homens, segundo o mundo do rap. Apesar de tudo, Elisabeth conseguiu enquadrar-se nesse meio, onde se sente confortável e faz o que ama.
O rap feito por mulheres, em Angola e à volta do mundo, tem sido notório. Para Elisabeth “o mercado do hip hop em Angola está bonito de se ouvir, com muitas rappers femininas. Na verdade, é importante que cada uma delas mostre o seu trabalho, o amor pelo que fazem e contribuam para a cultura.”

Agora mais velha, com 20 anos, diz ser mais uma artista cujo objectivo é trazer coisas positivas e encher o mercado angolano com muita sabedoria e boa música, com a intenção de melhorar, sempre.
Depois do lançamento do single “Sou Boa”, os fãs e Angola podem esperar uma Elisabeth Ventura com mais esperança e a vontade de cada vez mais mostrar o seu trabalho. Será um ano com novas músicas, videoclipes com a produção da 3XU. “No decorrer deste ano queremos lançar e promover mais músicas e vídeos, para que no final se veja o trabalho bem feito e com qualidade”, conclui Elisabeth Ventura à nossa revista.